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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Roma...Veni, vidi, vici

Continuando viagem por Itália chegamos agora à sua gloriosa capital, berço de uma das mais importantes civilizações mundiais. Roma é por si só um museu ao ar livre, testemunha de séculos de domínio político, cultural e até territorial.

Desde ruínas históricas, passando pelos museus e igrejas e marcos de arquitetura, tudo nos capta a tenção e nos surpreende. Um ano é Roma não era muito para descobrir toda a imensidão desta cidade que é atualmente o centro cosmopolita do país e que se assume como mais do que um aglomerado de "coisas" antigas, se assume em pleno como uma cidade do século XXI.

Mas para quem tem menos de um ano para passear por estes lados, vamos tentar resumir o que de melhor Roma tem para descobrir.


Roma Antiga

Esta foi a zona escolhida pelos imperadores para construírem os seus palácios e pelas várias zonas que compõem esta parte da cidade ficamos a conhecer a fundo o coração do império.

Começamos com uma visita ao monte palatino onde esta localizado o Fórum Romano, atualmente apenas um amontoado de ruínas, mas que guarda séculos de um história gloriosa como antigo centro político da república. Um passeio por estes lados é uma viagem no tempo, ideal para descobrir a arte, cultura e história de um dos maiores impérios mundiais.








Claro que nenhuma visita à romã antiga fica completa sem uma passagem pelo Coliseu e pelos fóruns imperiais, um importante parque arqueológico que guarda algumas das mais importante ruínas imperiais. Não esquecer uma passagem pelo Arco do Triunfo um dos mais bem conservados monumentos do Fórum.





O imponente Coliseu é o guardião de muitas histórias sangrentas e bárbaras entre gladiadores e animais selvagens, mas não deixa de ser uma visita interessante, até porque apesar de estar em ruínas ainda mantém o ar sólido e solene de quem já muito viveu e vivenciou. Foi mandado construir em 72 dc pelo imperador Vespasiano e tinha capacidade para 55.000 pessoas.





Panteão

É absolutamente extraordinário e uma obra de engenharia única com uma sala esférica com altura e diâmetros iguais, maior abóbada em alvenaria da Europa e com uma cúpula com um oculus com quase nove metros de diâmetro diretamente aberto para o céu, que é algo de genial. O panteão é considerado o templo de todos os deuses e é um dos templos da antiguidade mais bem conservado na cidade. Foi construído como pagão mas passou a igreja cristã em 608 e assim se manteve até hoje.

Aqui jaz o brilhante artista Rafael, num túmulo bastante modesto para que tem inscrita uma frase que resume todo o seu génio: “Aqui jaz Rafael. Enquanto vivo, a natureza temeu ser por ele suplantada; depois de morto, ela teme morrer também". Fica na Piazza della Rotonda, a entrada é obrigatória.





Piazza Navona

Uma das praças mais movimentadas da cidade, repletas de cafés, restaurantes e gelatarias onde podemos parar para provar um capuccino ou um gelatto e admirar a grandiosa Fontana dei Quattro Fiumi, criada por Bernini e que serve de base a um obelisco egípcio. As esculturas à volta da fonte simbolizam quatro rios, que representam quatro Continentes: o Danúbio pela Europa, o Nilo por África, o Ganges pela Ásia e o Rio de la Plata a América.

Numa volta à praça descobrimos ainda maravilhosos Palácios e Igrejas que compõem toda a moldura de uma das mais belas praças da cidade.







Fontana di Trevi

A mais espetacular e talvez a mais fotografada fonte de Roma é sem dúvida uma obra-prima, dada a sua beleza arrebatadora. Não esquecer de levar umas moedinhas para atirar por cima do ombro e garantir regresso a esta bela cidade que é Roma. A fontana foi construída em 1732 e marca o fim do aqueduto de Acqua Vergine. As figuras centrais representam o mar bravo, com Neptuno ladeado por um trintão procurando domar um cavalo-marinho selvagem, e o outro com um trintão conduzindo um animal dócil. No topo vê-se uma rapariga a quem se diz a Fonte deve o seu nome.





Piazza del Popolo

Esta ampla praça foi um dos pontos que mais gostei de visitar. Por ali vemos passar muita da vida desta cidade, desde turistas ocupados a fotografar todos os ângulos das fontes e outras obras por ali espalhadas, ao Sr. elegante que passa ocupado por nós a caminho de qualquer reunião de trabalho, aos policias com as suas elegantes fardas da Armani encostados ao carro em animada conversa ou os clientes na esplanada do Cafe Canova a beberem o seu capuccino ou a deliciarem-se com um gelatto (by the way recomendo uma paragem técnica neste café para provar um dos dois, ou ambos se tiver coragem).





Ainda por estes lados, entramos na Igreja de Santa Maria del Popolo. Numa cidade pejada de grandiosas igrejas, Sta Maria destaca-se por reunir debaixo do mesmo teto obras dos grandes génios renascentistas como Rafael, Bernini, Caravaggio para citar os mais famosos. Esta igreja deixa-nos sem fôlego tal o esplendor dos seus interiores desde os vitrais, aos frescos, às esculturas e pinturas, sem esquecer o abside de Bramante. Recomendo uma paragem atenta na Capela Chigi, concebida por Rafael para Rafael Chigi, o banqueiro do Papa e que combina maravilhosamente elementos profanos (ver túmulos em forma de pirâmide) com elementos religiosos.






Scalinata di Spagna

Quando vi pela primeira vez a Scalinata de Spagna na televisão foi num desfile de moda, em que uma esquelética modelo se equilibrava numas sandálias minúsculas e descia por ali abaixo como se não fosse nada...até que caiu. Nesse momento olhei para a "passerelle" com olhos de ver e percebi que era realmente majestosa. Este momento só foi suplantado quando me deparei pela primeira vez com esta elegante escadaria. É única e, apesar de estar sempre cheia de turistas e locais que ali descansam ou passam apenas um momento, nada ofusca a sua beleza, coroada no topo pela Igreja della Trinità dei Monti e na base pela Piazza di Spagna e pela fonte Barcaccia, de Bernini, que simboliza uma barca afundada.








Pequenos tesouros

Campo di Fiori: Uma pequena praça repleta de cores e cheiros do mercado ao ar livre de frutas e flores durante o dia e cheia de vida e animação à noite, para um copo nos inúmeros pubs e bares que ali se encontram. Esta praça guarda um sem número de histórias negras e perigosas como a execução de um filósofo que terá sido aqui queimado, acusado de heresia por admitir que a terra se movia em volta do Sol, ou a assassinato cometido por Caravaggio por ter perdido um jogo de bola.




Santa Maria della Vittoria: Esta igreja barroca é para mim uma das mais deslumbrantes da cidade...talvez pela sua decoração excessiva, decorada quase exclusivamente por Bernini (sim, o homem fartou-se de trabalhar em vida). Uma das obras mais polémicas da igreja católica, também ela da autoria de Bernini, está aqui guardada, na capela Cornaro. O Êxtase de Santa Teresa é uma obra de imensa teatralizada que representa a santa trespassada pela lança de amor divino de um anjo. Um olhar mais atento sobre a expressão da Santa e podemos constatar que esta é no mínimo pouco religiosa (diria mesmo quase sensual). Uma obra a descobrir.









Piazza della Rotonda: Mais um excelente local para apreciar a vida da cidade e, já agora, almoçar ou jantar. Mesmo em frente ao Panteão, é um local animado sempre repleto de turistas mas onde se pode também apreciar um bom espetáculo de rua ou admirar a Fonte de Giacomo della Porta, que suporta um dos muitos obeliscos espalhados pela cidade.





Obelisco do Elefante ou Obelisco della Minerva: Uma estranha obra de Bernini que demonstra o seu lado mais cómico, localizada na Plazza della Minerva. O pequeno elefante Bebe suporta um obelisco egípcio.





Piazza Venezia: uma movimentada praça ladeada pelo gigante Monumento. Vittorio Emmanuel II, o primeiro rei da Itália unificada (conhecido carinhosamente pelo bolo de noiva) e pelo Palácio Venezzia, mandado construir pelo Papa Paulo II, foi a residência oficial de Mussolini. Era da varanda virada para a rotunda que este proferia os seus discursos fascistas.





Por tudo isto e por muito mais que fica por mostrar Roma é daquelas cidades que, com ou sem moeda na Fontana di Trevi, vamos sempre querer voltar. Além da sua história esplanada por cada canto, a própria cidade transpira boa disposição, energia positiva, alegria. É a cidade ideal para nos perdermos e deambularmos ao sabor do vento p, seguindo esta ou aquela rua, está ou aquela placa indicativa, este ou aquele café ou restaurante que nos parece ideal...é deixarmo-nos ir e envolver.

Como ir e onde ficar: a Tap tem voos regulares para Roma e poderá encontrar  alguns dos melhores hotéis de Roma aqui.

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